sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

é tão bom...

... ler isto depois de uma sessão de Formação de Formadores onde recordei o quanto aprendi com "os meus" jovens do BPC-SL.

Bem hajam a todos!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sítio renovado...



PARTILHAR

Eis a palavra chave que noteia o meu sítio na Internet.

Partilhar é mais do que dar, é colocar em comum algo que é nosso, o que somos, o que sabemos, o que fazemos, o que pensamos, etc.

Partilhar é desprendermo-nos do nosso comodismo e irmos ao encontro do outro, criar laços.

Partilhar exige dedicação, tempo, disponibilidade não só para estar mas também para permanecer.

Assim, espero que este sítio seja um ponto de encontro onde possa colocar em comum partes de mim, no qual eu permaneça com dedicação.

Desejo a todos uma boa navegação!

http://www.pedropinanobrega.net

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Salvaguarda do Património Arqueológico da Igreja


Quando se fala em Bens Culturais da Igreja raramente se fala no património arqueológico que a Igreja Católica detém, quer no subsolo dos seus templos quer nos seus museus. Esta omissão faz com que seja “um dos patrimónios” mais negligenciado e que ao longo dos tempos mais se tem perdido.

O património arqueológico permite-nos conhecer e traçar a história das comunidades que nos antecederam e que celebraram a mesma fé nos mesmos templos em que hoje a celebramos. Cabe a nós assumir a importância deste património e promover a sua salvaguarda, honrando assim aqueles que nos precederam e legando aos vindouros vestígios que formaram a identidade das nossas comunidades.

Sabemos que antigamente se realizavam enterramentos nos adros das igrejas e mesmo no seu interior, por isso é normal que nestes locais se encontrem ossos ou até sepulturas escavadas na rocha que remontam à Idade Média. O estudo destes vestígios permite-nos traçar uma caracterização das pessoas de uma determinada comunidade paroquial, identificando a idade à morte, o género, doenças e deformações que sofriam, indícios de crimes ou violência, entre outros dados que os documentos escritos não guardaram.

Ao longo dos tempos os estilos artísticos foram mudando o que se reflectiu nos retábulos dos altares e nas imagens dos santos venerados. Se no caso dos retábulos procedia-se à sua adaptação ou substituição, já no caso das imagens, estas eram destruídas e enterradas no subsolo das igrejas. A sua recuperação permite não só recuperar as obras de arte que estas peças são, mas também conhecer os santos que eram venerados em determinada época. Por exemplo, em Quintela de Azurara foi recuperada no subsolo da Igreja Paroquial uma imagem de Santa Catarina do séc. XV, demonstrando que nesta época aqui se venerava aquela Virgem Mártir, culto esse que se perdeu ao longo dos tempos e era desconhecido da actual comunidade.

Não foram somente os estilos artísticos que se foram alterando, também as nossas comunidades paroquiais sofreram mutações. As variações demográficas ditaram a alteração estrutural do templos, quer aumentando os seus espaços, quer construindo novos templos sobre os antigos, ou abandonando alguns para construir outros. Para a maioria dos casos não temos documentação que ateste estas alterações, sendo os vestígios arqueológicos os únicos documentos que comprovam a evolução dos nossos templos, sinal das mutações que as nossas comunidades foram sofrendo.

Em algumas igrejas apareceram vestígios arqueológicos anteriores às comunidades cristãs, como por exemplo aras romanas. Apesar de estes vestígios não nos revelarem dados sobre as comunidades cristãs que nos precederam, devem ser salvaguardados, pois eles demonstram a antiguidade do território em que as nossas comunidades se implantam e a existência de outros cultos de gerações anteriores.

Para a salvaguarda e conhecimento deste valioso património que as nossas comunidades detêm é importante que quando se faça obras profundas nos nossos templos e que envolvam escavações, aberturas de valas ou qualquer outra intervenção no subsolo, estas obras sejam acompanhadas por um arqueólogo ou precedidas da abertura de sondagens. Estes trabalhos não devem ser encarados como entraves à realização das obras ou como causadores de maiores custos ou demora na sua concretização, mas antes como trabalhos necessários para a salvaguarda de um património que é de todos nós e que guarda marcas da identidade das comunidades cristãs que nos precederam. Existindo um bom planeamento das obras que se querem fazer, os trabalhos arqueológicos não são um entrave, assim como o não são os trabalhos de conservação e restauro dos retábulos e da imaginária que, também, encarecem as obras e muitas vezes causam algumas demoras, mas são essenciais para a salvaguarda de um património que nos foi legado pelos nossos antepassados.

O Departamento dos Bens Culturais da Diocese está disponível para auxiliar as paróquias nos casos em que esteja em causa a salvaguarda do património arqueológico.

Por fim deixamos as palavras proferidas pelo Papa Bento XVI a 20 de Dezembro último durante uma audiência ao Pontifício Instituto de Arqueologia Cristã:

Conhecer a herança das gerações cristãs passadas permite que as sucessivas se mantenham fiéis ao depositum fidei da primeira comunidade cristã e, permanecendo no mesmo caminho, continuar a ressoar em todos os tempos e lugares o imutável Evangelho de Cristo.
Publicado no Jornal da Beira

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Artesãos da região ao vivo


A ADD tem o prazer de informar que, na sequência do convite efectuado pelo Hipermercado JUMBO do Palácio do Gelo em Viseu, o Artesanato da sua zona de intervenção estará exposto entre os dias 19 de Fevereiro e 4 de Março, integrado na Feira de Enchidos.

Destaca-se a presença diária de um artesão a trabalhar ao vivo, de acordo com o calendário em anexo.

Tendo presente a importância deste evento para divulgação do nosso artesanato, pois prevê-se a passagem de cerca de 15.000 pessoas pelo local, e ainda a excelente oportunidade de negócio para os artesãos, gostaríamos de contar com a sua visita ao local.

Recebido da ADD.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Novos vestigios romanos em Terras de Tavares

No pretérito dia 14 de Fevereiro deslocámo-nos, juntamente com o Sr. Horácio Peixoto, à Corvaceira para visitar uma sepultura escavada na rocha, que em 2005 tinha sido ali identificada (CNS 24251 – Quinta do Grilo[1]Coord. 40º36’58.40”N; 07º38’15.67”O).


Fig. 1: Extracto da f. 190 da Carta Militar de Portugal, Esc. 1:25000
Legenda: A: Sepultura escava da rocha do Rascão
[1]; B: Vestigios romanos das Rigueiras; C: Vestígios romanos dos Matados

Ao deslocarmo-nos do caminho de terra batida paralelo à A25 para a referida sepultura verificá-mos que à superficie de um terreno lavrado, a cerca de 100m SE da sepultura (Coord. Do ponto central do terreno: 40º36’55.58”N; 07º38’13.08”E), apareciam muitos fragmentos de tegulae, sendo possível observar alguns fragmentos de cerâmica comum e um fragmento de terra sigillata. Nos muros delimitadores da propriedade encontram-se diversos fragmentos de tegulae.



Compulsada a bibliografia disponivel para esta área (Gomes e Carvalho, 1992; Vaz, 1997) e a base de dados Endovelico verificou-se não existir qualquer registo de vestígios arqueológicos neste sítio.


Os vestígios arqueológicos romanos identificados mais próximos localizam-se a cerca de 1500m/SO nos Matados (CNS-24248; Gomes e Carvalho, 1997, p. 24).

Fig. 2: Vista aéra dos sítios identificados
A área a sombreado refere-se à extensão dos vestígios romanos observados.
Base: GoogleEarth


Fig. 3: Fotografia do terreno vendo-se diversos fragmentos cerâmicos

Referências Bibliográficas:
GOMES, Luis Filipe Coutinho, CARVALHO, Pedro Sobral de (1992) – O Património Arqueológico do concelho de Mangualde. Mangualde: Câmara Municipal de Mangualde.
VAZ, João L. da Inês (1997) – A Civitas de Viseu: Espaço e Sociedade. Coimbra. Comissão de Coordenação da Região Centro.
Notas:
[1] No Levantamento efectuado em 2005 o local desta sepultura foi identificado como Quinta do Grilo, com base em informações de populares, mas hoje sabemos que se trata do sítio do Rachão. A Quinta do Grilo localiza-se a NE deste local.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Monografia de Mangualde: Finalmente reeditada


Câmara Municipal de Mangualde deliberou na sua reunião de 3 de Outubro de 2007 revogar o protocolo que tinha estabelecido com a Associação Cultural Azurara da Beira (ACAB) e o Sr. Valentim Oliveira (detentor dos direitos de autor da monografia de Mangualde escrita por Valentim da Silva), referente à edição da monografia.

Anteriormente na sua reunião de 13 de Junho de 2007, a CMM tinha aceite a transmissão dos direitos de autor da monografia doados pelo Sr. Valentim Oliveira. O Sr. Valentim colocou como condição para a doação ter efeito, a edição da obra no prazo de um ano e a sua venda pelo preço mais baixo possível.

Ora eis que esta obra foi agora reeditada pela CMM e colocada à venda pelo preço de 7,5€ no Posto de Turismo de Mangualde.

É importante a reedição destas obras, como também aconteceu, por exemplo, com a obra de Pinto Loureiro sobre o concelho de Nelas e reeditada pela CM de Nelas; ou a obra de Fernando Barros Leite sobre o concelho de Penalva do Castelo e reeditada pela respectiva CM. Mas deveriam ser acompanhadas de notas e comentários que actualizassem alguns dados, de forma a fornecer a quem as lê hoje em dia dados correctos fruto de investigações posteriores. Principalmente em concelhos onde não abundam estudos monográficos sobre a história local, como acontece no concelho de Mangualde, em que a maioria das edições são sobre elementos do seu património cultural.