domingo, 26 de abril de 2009

Nuno de Santa Maria




Sobre a canonização de Nuno de Santa Maria deixo-vos um texto do Tiago Casaleiro:


Nuno Álvares Pereira,

Sempre nutri por este simples homem alguma simpatia. Já dos meus tempos da 6ª classe sentia uma grande admiração por este cavaleiro. Os tempos da Idade Média são uma grande fonte de inspiração para brincadeiras de crianças e por isso este cavaleiro era mais um companheiro de brincadeira! Mas havia algo que me espantava; como é que um homem dá tudo o que tem aos outros e entra num convento carmelita? Ele, que era dono de metade do país!

Mas agora sinto-me contra a corrente, apesar de saber que há pessoas que navegam no mesmo sentido que eu!

“Basta pum basta” partilho do sentimento de Almada Negreiros. “BASTA PUM BASTA!”

Basta dos floreados sobre este homem rela. Basta!

Basta de muito falar sobre o que pouco se sabe. Basta!

Como podemos adivinhar o que ele pensava na altura? Como podemos pôr palavras na sua boca se sobre isso nunca se escreveu?

Basta! Não me tirem a ideia de um homem corajoso, fiel e terreno. Basta pum Basta!

Porquê discursos melosos com tom puro e celestial quando se fala de um homem guerreiro?

Este Nuno vai ser proclamado na Igreja santo. É um reconhecimento no seio de uma comunidade. Não é isso que me incomoda. Incomoda-me o muito falar e nada dizer. Deixai que o exemplo fale por si.

Basta pum Basta. Morra a prolixidade morra, pim!


Mais informações sobre o S. Nuno de Santa Maria veja-se o dossier da Agência Ecclesia.

2 comentários:

NS disse...

Nuno Álvares Pereira sempre foi uma das minhas grandes referências.
Homem do seu tempo, foi um dos melhores desse tempo, pelas causas que abraçou, pelas capacidades que demonstrou e pelos princípios de vida de que deu testemunho.
Adquiriu uma dimensão intemporal ao contribuir decisivamente para a refundação de uma nação que então se começava a sentir como tal e enquanto exemplo maior de virtudes humanas que, na sua essência, transcendem específicas conjunturas históricas.
Que a Igreja Católica o queira por Santo é algo que no fundo me é indiferente e também me maça a “hagiografia” melada que agora por aí pulula.
O conhecimento de boa parte da vida de Nun´Alvares continua, infelizmente, a aguardar estudos históricos sérios. A profusa bibliografia recentemente publicada, em regra pouco adianta que valha a pena. Muitas das publicações recentes oriundas de sectores católicos, limitam-se a mitificar uma espiritualidade, esquecendo a complexidade do homem e as circunstâncias do tempo histórico em que viveu (não chegando sequer aos calcanhares de trabalhos mais antigos, como o de D. António dos Reis Rodrigues, que acaba de ser reeditado). Algumas das pretensas visões “originais” ou “alternativas” do Condestável que têm sido apresentadas, carecem igualmente de bases históricas que as sustentem e/ou da devida contextualização, mais parecendo, por vezes, reacções epidérmicas às visões “hagiográficas”.
Enquanto aguardamos que trabalhos históricos façam nova luz sobre a biografia deste novel Santo, uma coisa tenho por certa: só em tempos, como os nossos, de profunda crise de valores cívicos e morais e em que a mediocridade se entranha em todas as dimensões da vida social, pode medrar a indiferença que vemos votada a uma figura como a de Nuno Álvares Pereira.
Pela minha parte, vou continuar a mantê-lo no panteão dos meus heróis!
Um grande abraço,

lulu disse...

-Nuno Álvares, um Grande Herói?, insofismável!...
-Santo, não sei. Pouco nos é dado saber dessa parte da sua vida, que milagres fez...
-Seu avô foi o Arcebispo de Braga; seu pai o Prior do Crato...Dos seus 38 irmãos, só dele reza a história...
- Não fora ele e Portugal, seria a esta hora uma simples província de Espanha!
-Por D.Nuno! Viva Portugal!