terça-feira, 8 de julho de 2008

Gravura rupestre na Ribeira

























Nas recentes obras dos novos tanque, fontenário, forno e casa de banho, foi identificada na parede de uma casa esta gravura.

Numa primeira observação pensei num carro de bois, mas depois de fotografá-la pensei antes num antropomorfo.
Colocada a questão na lista de discussão Archport, surgiram mais ideias:

Marco Valente sugeriu a representação de carros de bois, tendo em conta gravuras que identificou na Serra da Alvoaça.

Nuno Soares sugeriu tratar-se de marcas mágico-simbólicas indicam alguns exemplos apresentados nas I Jornadas do Património Judaico da Beira Interior (ver actas aqui):
- em Penaverde uma marca cruciforme de feição antropomórfica com uma “cabeça” semelhante (v. p. 96), possivelmente associada a uma data (1811);
- outros motivos com alguma afinidade, que têm sido interpretados como estilizações de menorah (v. p. 121).

Ana Penisga referiu "apresentar alguns paralelos com inscrições cripto-judaicas. Se virar a imagem ao contrário (no sentido vertical) a primeira ideia com que ficará será de uma cruz poténtea (uma cruz latina mas com os braços de tamanhos iguais e uns "tracinhos" perpendiculares a "rematar" as extremidades) ligeiramente alterada, ou seja, um dos braços é mais comprido e termina com um símbolo semi-circular. Este tipo de cruzes são frequentes na zona da Beira Alta, eu própria registei algumas nas ombreiras de portas do Centro Histórico de Celorico da Beira. Outros Centros Históricos, nomeadamente, Guarda, Trancoso e Fundão penso que também as têm, mas não posso assegurar agora de memória.Se assim for, e voltando agora a imagem à posição original, os cinco braços paralelos poderão representar uma Menorah. Neste campo estou apenas a especular, fundamentalmente porque não conheço nenhum exemplar. Mas poderá ser uma hipótese."

O que será afinal? Persistem as dúvidas!

1 comentário:

Al Cardoso disse...

Tambem sou daqueles que penso, que esta gravacao estara ligada com aquelas que os "cristaos-novos" fizeram na nossa regiao no seculo XVI e seguintes!
Poderei no entanto estar enganado!

Ainda bem que as obras vieram mostrar-no-la!

Um abraco de amizade dalgodrense.

PS: Queria penitenciar-me pelo facto de nao lhe ter agradecido as ultimas informacoes, por email.